sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Qual a proposta do ECPaz?

Metodologia e Pedagogia

Tendo como projeto a solidificação de uma linguagem popular que resgate e preserve nossa cultura, trabalhando o pensar e o agir de maneira crítica para a formação do cidadão, é que utilizamos basicamente a metodologia de Augusto Boal (Teatro do Oprimido), a pedagogia do professor Paulo Freire e Anísio Teixeira em educação, Carlos Brandão em educação popular e o método do construtivismo de Emília Ferreiro, sempre olhando pra Piaget e apoiados no embasamento de Marilena Chauí.
Aplicando a prática do "Círculo de Cultura", do professor Paulo Freire é que discutimos com crianças, adolescentes e seus familiares, a "sua-nossa" realidade concreta, analisamos juntos os problemas que permeiam a nossa sociedade.
Através de exercícios e jogos dramáticos de Augusto Boal vivenciamos e buscamos entender os problemas do desemprego, da violência, da falta de acesso a educação e a saúde, da falta de lazer, cultura, moradia, etc.

Justificativa

 A região onde o Espaço Cultural da Paz atua é marcada por fortes contrastes sociais.
A camada sócio-econômica de baixo poder aquisitivo, passa por um acelerado processo de marginalização em função da crise econômica.
A maioria das crianças e jovens que frequentam o Espaço vive em condição precária de moradia, alimentação, educação e saúde.
Além disso, sofrem o preconceito siário da falta de oportunidade, que as jogam para o mundo da violência, da gravidez precoce, da marginalização e da delinquência.
Nesse quadro dramático a sedução do mundo das drogas tem encontrado um campo fértil, envolvendo um número cada vez maior de meninos e meninas.
A partir de 1994, quando até então trabalhávamos somente com adultos, decidimos priorizar a nossa atuação com crianças e adolescentes, porque ao fazermos uma releitura do Espaço Cultural da Paz, enquanto espaço físico para desenvolvimento de atividades culturais sócio-educativas, verificamos que no bairro São Lourenço, onde está localizado desde a fundação, a população era (é) composta por jovens.
Geralmente frequentam a escola pública num período, e nos outros, via de regra, ficam sozinhos.
Muitos trabalham limpando jardins, catando latas para vender, fazendo fretes nas feiras livres, guardando carros, vendendo salgadinhos, etc.
O ECPaz acredita que é possível enfrentar as contradições de nossa sociedade sem excluir esses jovens.
Neste sentido, se propõe a contribuir para que desenvolvam uma consciência responsável em relação aos seus direitos, os Direitos da Criança e do Adolescente:
* Direito à Escola;
* Direito ao Lazer;
* Direito à Cultura;
* Direito à Moradia;
* Direito ao Bem-estar;
* Direito à Busca da Cidadania.

Por isso optamos em priorizar o público infantil e infanto-juvenil.
Num primeiro momento ressaltamos a importância da permanência na escola e, na sequência, ajudamos a melhorar o desempenho com as atividades de pesquisa em nossa biblioteca e na elaboração de trabalhos escolares.
Certamente há o confronto com o Ensino Oficial quando passamos para os estudantes uma outra visão, uma outra informação, uma outr referência. A exemplo, temos o caso dos quase duzentos trabalhos escolares sobre os 500 anos  do "Descobrimento" do Brasil.
Trabalhamos informações nestes trabalhos por outros olhares, pela ótica dos povos indígenas, dos quilombolas, dos marginalizados, dos sem terra, através de publicações do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), (AMAI), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), (MNU), Central Única dos Trabalhadore (CUT), Sindicatos, etc.
Damos tanta importância à melhoria do rendimento escolar, quanto ao desenvolvimento crítico de cada um.

Objetivos